Na manhã de 16 de junho recebemos Pe. José André da Costa para nos auxiliar na formação. Como instrumento para a formação, utilizou como texto, o seguinte: “Alteridade, subjetividade e generosidade” de Frei Betto.
O ser humano busca muitas vezes explicar suas ações pelo silogismo, partem de premissas para chegar numa conclusão lógica, que nem sempre é moral, exemplo: “se não fosse pelo beijo (traição) de Judas em Jesus, não haveria a ressurreição”. Veem a traição de Judas como necessária para a ressurreição de Cristo.
O EU deve ser educado para a IDENTIDADE (interioridade, subjetividade – um feixe psíquico) devendo chegar ao OUTRO (ALTERIDADE, exterioridade). Esse encontro com o outro causa um trauma, um choque emotivo que modifica a personalidade do sujeito. E a questão ética moral está na resposta, na “responsabilidade com o outro”, mesmo o outro não sendo responsável com você. E quanto menos respeito com o outro, haverá mais conflitos.
E no conhecimento deve-se haver o cuidado de não achar que “eu ensino e o outro apenas aprende”, mas sim perceber que ensinar e aprender estão interligados, “aprendo ensinando e ensino aprendendo”. Sabemos o que outros não sabem e outros sabem o que não sabemos, não há saber mais ou menos, e sim saberes diferentes, que podem ser ou não ser suficiente para a sobrevivência, frei Betto dá o exemplo da cozinheira; ela sobrevive bem sem o conhecimento filosófico e teológico dele, mas ele não sobrevive sem o conhecimento dela de preparar a comida.
E passado anos estudando, pode se não adquirir um equilíbrio emocional com a alteridade. É preciso fazer uma avaliação crítica e autocrítica – o que o outro pensa de mim? – para verificar se a nossa presença é positiva ou negativa para o outro, e assim tomar a decisão de mudar ou não as atitudes com o outro. É preciso avaliar como está a nossa práxis (a ação humana para com o humano). Essa proposta nos trouxe a indagação: o que os moradores do bairro Lucas Araújo acha da presença da Casa de formação Cristo Rei? Já foi encaminhada a preparação da avaliação, ela nós ajudará tomar melhores ações na comunidade.
Frei Betto coloca como desafio, transformar família, escola, Estado, Igreja e trabalho em Comunidades de alteridade, fazendo com que percebam e entendam o outro em sua interioridade e particularidade, e a diferença dele em relação a mim. Essa é uma ação generosa, ver o outro como um ser de direitos e que merece amor e respeito. Pois ao perder a alteridade, diminui a preocupação com o “ser” e aumenta a dependência do “ter”. A alteridade legitima a identidade e o dialogo possibilita expressar o que somos e sentimos, a partir dele aprendemos o valor de comunicar-se para um melhor desenvolvimento da sociedade.
Wesley Araújo