segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O fora da Metáfora


A vida é feita de medida, de altura, de comprimento, de largura, de fundo, de vazio, de cheio. Parece que tudo é para ser colocado dentro ou para ser colocado fora. É uma questão de lata. Cada lata carrega um conteúdo, um produto. Não importa se o produto é líquido, gasoso, poroso. O que não pode é haver confusões das latas. A lata do político não pode ser confundida com a lata do poeta, como também a lata do filósofo não pode ser confundida com a lata do economista, e assim por diante. Não pode haver confusões de latas para não confundir os conteúdos contidos em cada lata. Na lata do poeta só se contem metáforas e na lata do filósofo há conceitos. A lata do político contém projetos, e a lata do economista, dinheiro. Por isso, não tente colocar dentro da lata do poeta, dinheiro. Deixe só a metáfora dentro da lata do poeta e meta fora o que não é conteúdo da poesia. Coloque na lata do poeta o fora da metáfora. O dentro e o fora podem caber em ambas as latas, mas não tente pôr dentro das latas o que é metáfora. Só meta fora o que não é conteúdo da metáfora. A metáfora é o aproveitamento do que fica dentro e do que fica fora. Na vida é preciso a metáfora para pôr fora aquilo que não serve para a existência. Então meta fora o que não serve para a vida, mas não jogue fora a metáfora da vida.
Pe. José André da Costa, msf

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